b) A Revolução Industrial e seus efeitos na sociedade.
c) A Revolução Russa de 1917 e suas consequências.
d) A Guerra Civil Espanhola e suas repercussões políticas.
e) A Revolução Americana de 1776 e suas influências na democracia moderna.
“Os dois principais livros da ficção orwelliana, 1984 e A Revolução dos Bichos, demonstram como valores e princípios podem ser distorcidos. Em 1984, o Ministério da Verdade se ocupa de promover a mentira, o Ministério da Paz faz guerra e assim por diante, sem falar da novilíngua, o controle totalitário por meio da linguagem. Em A Revolução dos Bichos, os “mandamentos” de igualdade criados pelos bichos são trocados na calada da noite, e assim “Todos os animais são iguais” vira o genial slogan “Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais que os outros”. Esse fenômeno se reproduziu metalinguisticamente com as obras de Orwell. Gestados como uma defesa do verdadeiro socialismo em detrimento do regime soviético, que ele condenava, seus livros foram lidos e publicados, inclusive no Brasil, como propaganda anticomunista. Sua obra, seja ficcional, jornalística ou ensaística, se dedicou a produzir uma anatomia da tirania que, por sua potência, foi apropriada por essa mesma tirania. Independente do viés de suas traduções, seus escritos ainda se provam perturbadoramente atuais em tempos de recrudescimento do autoritarismo.” Disponível em:<https://www.estadao.com.br/cultura/como-a-nova-traducao-de-a-revolucao-dos-bichos-de-george-orwell-corrige-distorcoes-da-ditadura/>. Acesso: 31 mar. 2024.
Qual é o principal tema abordado nos livros "1984" e "A Revolução dos Bichos" de George Orwell?
a) O controle totalitário do governo sobre a população.
b) A busca pela igualdade entre todos os seres vivos.
c) As conquistas da ciência e da tecnologia na sociedade.
d) A celebração das tradições e valores culturais.
e) A exploração dos recursos naturais para o desenvolvimento econômico.
(ENEM 2020) Declaração
de Direitos do Homem e do Cidadão – 1789 Os representantes do povo francês,
tendo em vista que a ignorância, o esquecimento ou o desprezo dos direitos do
homem são as únicas causas dos males públicos e da corrupção dos governos,
resolveram declarar solenemente os direitos naturais, inalienáveis e sagrados
do homem, a fim de que esta declaração, sempre presente em todos os membros do
corpo social, lhes lembre permanentemente seus direitos e seus deveres; a fim
de que as reivindicações dos cidadãos, fundadas em princípios simples e
incontestáveis, se dirijam sempre à conservação da Constituição e à felicidade
geral.
Disponível
em: www.direitoshumanosusp.br. Acesso em: 7 jun. 2018 (adaptado).
Esse
documento, elaborado no contexto da Revolução Francesa, reflete uma profunda
mudança social ao estabelecer a
A)
manutenção das terras comunais.
B)
supressão do poder constituinte.
C)
falência da sociedade burguesa.
D)
paridade do tratamento jurídico.
E)
abolição dos partidos políticos.
"Para Locke o
estado de natureza é um estado de liberdade e igualdade" A ideia
pretendida por Locke em seu posicionamento político seria
A) no estado de natureza a liberdade dos homens consiste
num poder de tudo dispor a partir da força.
B) os homens são iguais pois todos tem o mesmo medo da
morte violenta em mãos alheias.
C) a liberdade dos homens determina que o estado de
natureza é um estado de guerra de todos contra todos.
D) a liberdade no estado de natureza não consiste em
permissividade, pois ela é limitada pelo direito natural.
E) Nunca houve na história da humanidade um estado de
natureza, sendo este apenas apenas uma hipótese lógica.
( ENEM 2012 – Reaplicação) O homem natural é tudo para
si mesmo; é a unidade numérica, o inteiro absoluto, que só se relaciona consigo
mesmo ou com seu semelhante. O homem civil é apenas uma unidade fracionária que
se liga ao denominador, e cujo valor está em sua relação com o todo, que é o
corpo social. As boas instituições sociais são as que melhor sabem desnaturar o
homem, retirar-lhe sua existência absoluta para dar-lhe uma relativa, e
transferir o eu para a unidade comum, de sorte que cada particular não se
julgue mais como tal, e sim como uma parte da unidade, e só seja percebido no
todo.
ROUSSEAU, J. J.
Emílio ou da Educação. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
A visão de
Rousseau em relação à natureza humana, conforme expressa o texto, diz que
A) o homem civil é formado a partir do desvio de sua
própria natureza.
B) as instituições sociais formam o homem de acordo com
a sua essência natural.
C) o homem civil é um todo no corpo social, pois as
instituições sociais dependem dele
D) o homem é forçado a sair da natureza para se tornar
absoluto.
E) as instituições sociais expressam a natureza humana,
pois o homem é um ser político.
Enem 2018
TEXTO I
Tudo aquilo que é
válido para um tempo de guerra, em que todo homem é inimigo de todo homem, é
válido também para o tempo durante o qual os homens vivem sem outra segurança
senão a que lhes pode ser oferecida por sua própria força e invenção.
HOBBES, T. Leviatã.
São Paulo: Abril Cultural, 1983.
TEXTO II
Não vamos
concluir, com Hobbes que, por não ter nenhuma ideia de bondade, o homem seja
naturalmente mau. Esse autor deveria dizer que, sendo o estado de natureza
aquele em que o cuidado de nossa conservação é menos prejudicial à dos outros,
esse estado era, por conseguinte, o mais próprio à paz e o mais conveniente ao
gênero humano.
ROUSSEAU, J.-J.
Discurso sobre a origem e o fundamento da desigualdade entre os homens. São
Paulo: Martins Fontes, 1993 (adaptado).
Os trechos
apresentam divergências conceituais entre autores que sustentam um entendimento
segundo o qual a igualdade entre os homens se dá em razão de uma
A) predisposição ao conhecimento.
B) submissão ao transcendente.
C) tradição epistemológica.
D) condição original.
E) vocação política.
ENEM 2015 - A natureza fez os homens tão iguais, quanto às
faculdades do corpo e do espírito, que, embora por vezes se encontre um homem
manifestamente mais forte de corpo, ou de espírito mais vivo do que outro,
mesmo assim, quando se considera tudo isto em conjunto, a diferença entre um e
outro homem não é suficientemente considerável para que um deles possa com base
nela reclamar algum benefício a que outro não possa igualmente aspirar.
HOBBES, T.
Leviatã. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
Para Hobbes, antes
da constituição da sociedade civil, quando dois homens desejavam o mesmo
objeto, eles
A) entravam em conflito.
B) recorriam aos clérigos.
C) consultavam os anciãos.
D) apelavam aos governantes.
E) exerciam a solidariedade.
(ENEM 2013) Nasce daqui uma questão: se vale mais ser amado que temido ou temido que amado. Responde-se que ambas as coisas seriam de desejar; mas porque é difícil juntá-las, é muito mais seguro ser temido que amado, quando haja de faltar uma das duas. Porque dos homens se pode dizer, duma maneira geral, que são ingratos, volúveis, simuladores, covardes e ávidos de lucro, e enquanto lhes fazes bem são inteiramente teus, oferecem-te o sangue, os bens, a vida e os filhos, quando, como acima disse, o perigo está longe; mas quando ele chega, revoltam-se.
MAQUIAVEL, N. O
príncipe. Rio de Janeiro: Bertrand, 1991.
A partir da
análise histórica do comportamento humano em suas relações sociais e políticas,
Maquiavel define o homem como um ser
A) munido de virtude, com disposição nata a praticar o
bem a si e aos outros.
B) possuidor de fortuna, valendo-se de riquezas para
alcançar êxito na política.
C) guiado por interesses, de modo que suas ações são
imprevisíveis e inconstantes..
D) naturalmente racional, vivendo em um estado
pré-social e portando seus direitos naturais.
E) sociável por natureza, mantendo relações pacíficas
com seus pares.
(ENEM 2020) Na
Grécia, o conceito de povo abrange tão somente aqueles indivíduos considerados
cidadãos. Assim é possível perceber que o conceito de povo era muito
restritivo. Mesmo tendo isso em conta, a forma democrática vivenciada e
experimentada pelos gregos atenienses nos séculos IV e V a.C. pode ser
caracterizada, fundamentalmente, como direta.
MANDUCO, A.
Ciência política. São Paulo: Saraiva, 2011.
Naquele contexto,
a emergência do sistema de governo mencionado no excerto promoveu o(a)
A) competição para a escolha de representantes.
B) campanha pela revitalização das oligarquias.
C) estabelecimento de mandatos temporários.
D) declínio da sociedade civil organizada.
E) participação no exercício do poder.
(ENEM 2019) A
soberania dos cidadãos dotados de plenos direitos era imprescindível para a
existência da cidade-estado. Segundo os regimes políticos, a proporção desses
cidadãos em relação à população total dos homens livres podia variar muito,
sendo bastante pequena nas aristocracias e oligarquias e maior nas democracias.
CARDOSO, C. F. A
cidade-estado clássica. São Paulo: Ática, 1985.
Nas cidades-estado
da Antiguidade Clássica, a proporção de cidadãos descrita no texto é explicada
pela adoção do seguinte critério para a participação política:
A) Controle da terra.
B) Liberdade de culto.
C) Igualdade de gênero.
D) Exclusão dos militares.
E) Exigência da alfabetização.
(ENEM 2017) Se,
pois, para as coisas que fazemos existe um fim que desejamos por ele mesmo e
tudo o mais é desejado no interesse desse fim; evidentemente tal fim será o
bem, ou antes, o sumo bem. Mas não terá o conhecimento, porventura, grande
influência sobre essa vida? Se assim é, esforcemo-nos por determinar, ainda que
em linhas gerais apenas, o que seja ele e de qual das ciências ou faculdades
constitui o objeto. Ninguém duvidará de que o seu estudo pertença à arte mais
prestigiosa e que mais verdadeiramente se pode chamar a arte mestra. Ora, a
política mostra ser dessa natureza, pois é ela que determina quais as ciências
que devem ser estudadas num Estado, quais são as que cada cidadão deve
aprender, e até que ponto; e vemos que até as faculdades tidas em maior apreço,
como a estratégia, a economia e a retórica, estão sujeitas a ela. Ora, como a
política utiliza as demais ciências e, por outro lado, legisla sobre o que
devemos e o que não devemos fazer, a finalidade dessa ciência deve abranger as
das outras, de modo que essa finalidade será o bem humano.
ARISTÓTELES. Ética
a Nicômaco. In: Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1991 (adaptado).
Para Aristóteles,
a relação entre o sumo bem e a organização da pólis pressupõe que
A) o bem dos indivíduos consiste em cada um perseguir
seus interesses.
B) o sumo bem é dado pela fé de que os deuses são os
portadores da verdade.
C) a política é a ciência que precede todas as demais na
organização da cidade..
D) a educação visa formar a consciência de cada pessoa
para agir corretamente.
E) a democracia protege as atividades políticas
necessárias para o bem comum.
(ENEM 2020 –
Reaplicação) Se os filósofos não forem reis nas cidades ou se os que hoje são
chamados reis e soberanos não forem filósofos genuínos e capazes e se, numa
mesma pessoa, não coincidirem poder político e filosofia e não for barrada
agora, sob coerção, a caminhada das diversas naturezas que, em separado buscam
uma dessas duas metas, não é possível, caro Glaucon, que haja para as cidades
uma trégua de males e, penso, nem para o gênero humano. PLATÃO. A República.
São Paulo: Martins Fontes, 2014
A tese apresentada
pressupõe a necessidade do conhecimento verdadeiro para a
A) superação de entraves dialógicos.
B) organização de uma sociedade justa.
C) formação de um saber enciclopédico.
D) promoção da igualdade dos cidadãos.
E) consolidação de uma democracia direta.
“A ciência é uma ferramenta criada pelos seres humanos para entender o mundo ao seu redor e para aplicar esse conhecimento em seu benefício, como define a Organização das Nações Unidas (ONU). Por isso mesmo, o Dia Mundial da Ciência para a Paz e o Desenvolvimento, comemorado em 10 de novembro, foi criado para promover a conscientização pública sobre as descobertas científicas. A data tem o intuito de mobilizar as pessoas em torno do tema da ciência, lembrando que os avanços científicos devem encontrar soluções para novos desafios econômicos, sociais e ambientais, além de ajudar a construir um futuro sustentável.”
Qual é o objetivo do Dia Mundial da Ciência para a Paz e o Desenvolvimento?
a) Celebrar os avanços científicos do passado.
b) Conscientizar as pessoas sobre a importância da tecnologia.
c) Promover a paz mundial através da ciência.
d) Incentivar o desenvolvimento de novas descobertas científicas.
e) Mobilizar a população em torno do tema da ciência e seus benefícios para um futuro sustentável.
“Marie Curie (1867-1934) foi uma física e química polonesa pioneira no estudo da radiação. Suas pesquisas a levaram a descobrir dois elementos radioativos: o rádio e o polônio. Segundo a ONU Mulheres, as contribuições de Curie lançaram as bases da ciência nuclear moderna, desde os raios-X até a radioterapia para o tratamento do câncer. Ela também fundou um instituto de pesquisa médica em Varsóvia, capital da Polônia, e inventou unidades móveis de raios-X que ajudaram mais de um milhão de soldados feridos na Primeira Guerra Mundial. Por suas contribuições, ela recebeu dois prêmios Nobel e se tornou a primeira mulher a receber este reconhecimento e a primeira pessoa a ganhar dois prêmios Nobel em diferentes ciências (física, em 1903, e em química, em 1911).”
Qual das seguintes afirmações sobre Marie Curie está correta?
a) Ela descobriu três elementos radioativos durante suas pesquisas.
b) Suas contribuições foram limitadas apenas ao estudo dos raios-X.
c) Curie fundou um instituto de pesquisa médica em Paris.
d) Seus prêmios Nobel foram concedidos apenas em uma única área da ciência.
e) Marie Curie foi a primeira pessoa a ganhar dois prêmios Nobel em diferentes ciências.
“A teoria crítica estabelecia uma avaliação social sobre o desenvolvimento intelectual da sociedade da época com o intuito de sair dos entraves criados pelos pensadores tradicionais: “Essa teoria denuncia a existência de uma lógica de produção padronizada, como a existente nos contextos industriais de fabricação seriada, no fazer artístico e cultural”, explica o professor Pontes sobre o conceito de indústria cultural. Entre os principais pensadores da Escola de Frankfurt estão Theodor Adorno, Max Horkheimer, Jürgen Habermas e Walter Benjamin. “A escola de Frankfurt era formada por pensadores marxistas. Desse modo, as reflexões produzidas por eles apresentam uma visão do sistema capitalista.”Disponível em: <https://www.metropoles.com/brasil/educacao-br/veja-como-a-escola-de-frankfurt-pode-aparecer-no-enem>. Acesso: 21 mar. 2024.
Qual é a principal crítica da Escola de Frankfurt em relação à indústria cultural?
a) A falta de diversidade de produtos culturais, refletindo uma produção padronizada.
b) A ausência de influência marxista na produção artística e cultural.
c) O excesso de individualismo nas obras de arte.
d) A valorização do sistema capitalista como um modelo de sociedade ideal.
e) A falta de preocupação com os entraves criados pelos pensadores tradicionais.
“Após um período prolongado de escassez cultural e intelectual conhecido como Idade das Trevas, a Europa precisava urgentemente de um renascimento. Um desejo crescente de estudar e imitar a própria natureza começou a surgir, com uma vontade descobrir e explorar o mundo. Entre 1400-1600, a Europa testemunhou um renascimento das belas artes, da pintura, da escultura e da arquitetura. Antes do alvorecer do Renascimento, a Europa era dominada pela arquitetura gótica, ornamentada e assimétrica. O período inaugurou uma nova era da arquitetura após uma fase da arte gótica, com o surgimento do “Humanismo”: a ideia de dar muita importância à essência do individualismo e minimizar os temas religiosos. O efeito do Humanismo incluiu o surgimento da figura individual, maior realismo e atenção aos detalhes.” Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/979584/como-o-renascimento-influenciou-a-arquitetura>. Aceso: 21 mar. 2024.
Qual das seguintes afirmações melhor descreve uma das características do Humanismo durante o Renascimento na Europa?
a) O Humanismo reforçou a predominância dos temas religiosos na arte e na arquitetura renascentistas, incentivando a continuidade da influência da Igreja Católica sobre a produção cultural.
b) Uma das características do Humanismo foi o retorno ao estilo ornamentado e assimétrico da arquitetura gótica, refletindo uma preferência por uma abordagem mais tradicional e conservadora na construção.
c) Durante o Renascimento, o Humanismo enfatizou a importância da essência do individualismo, levando ao surgimento de uma figura individualizada nas obras de arte e à busca por maior realismo e detalhes.
d) O Humanismo promoveu a valorização do coletivismo sobre o individualismo, resultando em uma diminuição do realismo e da atenção aos detalhes nas obras de arte produzidas durante o Renascimento.
e) Uma das características do Humanismo foi a manutenção da ênfase nos temas religiosos na produção cultural, com uma representação mais abstrata e simbólica da figura humana nas obras de arte renascentistas.
“É comum que se associe filosofia aos mais conhecidos pensadores da Grécia antiga, como Sócrates, Platão e Aristóteles. Embora o termo usado até hoje tenha raízes naquela época — significando “amor ao conhecimento” —, há um ativo debate acadêmico sobre o que deve ou não ser considerado filosofia e quando efetivamente ela surgiu. Na mitologia, as narrativas possuem personagens, permitem diversas interpretações (algumas inclusive contraditórias) e são autoexplicativas: a própria inspiração divina era suficiente para garantir sua validade. Por outro lado, as teorias dos primeiros filósofos gregos são sistemáticas e internamente coerentes; além de argumentadas racionalmente. Isso não quer dizer que o pensamento filosófico grego tenha substituído o pensamento mítico, mas o complementou.” Disponível em: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/curiosa-vida-antes-da-existencia-da-filosofia.phtml>. Acesso: 21 mar 2024.
Considerando o texto fornecido, selecione a alternativa correta que relaciona a filosofia grega com a mitologia:
a) Sua fundamentação na inspiração divina, garantindo sua validade absoluta.
b) A autoexplicação das narrativas mitológicas, contrastando com a racionalidade das teorias filosóficas.
c) A complementaridade entre os dois tipos de pensamento, sem distinção clara entre eles.
d) A coerência interna, sistematização e argumentação racional das teorias filosóficas, em oposição à natureza autoexplicativa das narrativas mitológicas.
e) A ênfase nas interpretações diversas das narrativas mitológicas, ao passo que as teorias filosóficas são limitadas em suas interpretações.
O
Gato de Botas ou O Mestre Gato
Charles Perrault
1º Parágrafo - Toda a fortuna que um moleiro deixou para os três filhos foi seu
moinho, seu asno e seu gato. A partilha foi feita imediatamente e
não foi preciso chamar o tabelião nem o procurador, que logo teriam
devorado o parco patrimônio. O filho mais velho ficou com o moinho, o
segundo com o asno, e para o caçula sobrou o gato.
Vocabulário: moleiro – dono de moinho; asno –
jumento; partilha – divisão; tabelião – escrivão que comprova documentos; parco
– pouca quantidade.
Resumo: Um homem deixou um moinho para o
filho mais velho, um asno para o filho do meio e um gato para o caçula.
2º Parágrafo - Este último não se conformava de ter um quinhão tão mesquinho.
“Meus irmãos”, dizia, “poderão ganhar a vida honestamente trabalhando juntos.
Quanto a mim, quando tiver comido o meu gato e feito luvas com a sua pele, só
me restará morrer de fome.”
Vocabulário: quinhão – parte da herança;
Resumo: O caçula ficou insatisfeito.
3º Parágrafo - O gato, que escutou essa fala sem se dar por achado, disse-lhe com ar
grave e ponderado: “Não se aflija, meu amo, basta que me
dê um saco e mande fazer para mim um par de botas para que eu possa andar pelo
mato, e verá que o pedaço que lhe coube na herança não é tão mal assim.”
Vocabulário: ponderado – pensativo; aflição – preocupação; meu
amo – meu senhor;
Resumo: O gato pediu um saco e um par de botas para
provar seu valor.
4º§ -Embora não se fiasse muito naquela conversa, o amo do gato já o
vira usar tantas artimanhas para pegar ratos e camundongos
(pendurando-se de cabeça para baixo pelos pés, ou escondendo-se na farinha para
se fazer de morto) que teve um fio de esperança de ser socorrido por ele na sua
desgraça.
Vocabulário: fiar – confiar; artimanhas –
truques
Resumo: O amo sabia que seu gato era
esperto e teve esperanças de que ele renderia uma boa herança.
5º§ - Quando recebeu o que pedira, o gato calçou garbosamente
as botas. Depois meteu no saco farelo e alfaces e o pendurou às costas,
segurando os cordões com as duas patas da frente. Partiu então para um bosque
onde havia muitos coelhos. Lá chegando, esticou-se como se estivesse morto e
esperou que algum coelho jovem, ainda inocente das perfídias deste
mundo, viesse se enfiar no seu saco para comer o farelo e as alfaces.
Vocabulário: garboso – vaidoso; perfídia –
cilada
Resumo: O gato foi ao bosque caçar
coelhos.
6º§ - Mal se deitara, foi premiado com o sucesso: um
jovem coelho entrou no seu saco, e Mestre Gato, puxando imediatamente os
cordões, o agarrou e matou sem misericórdia. Todo orgulhoso de sua proeza,
foi à casa do rei e pediu para lhe falar. Fizeram-no subir aos aposentos de Sua
Majestade e, após entrar e fazer uma profunda reverência, o gato disse:
Vocabulário: proeza – grande feito;
7§ - “Trago
comigo um coelho da floresta com que o senhor marquês de Carabá (foi o nome
que, de veneta, deu ao amo) me encarregou de vos presentear da parte
dele.”
Vocabulário: veneta – repentinamente.
8§ - “Diga ao
seu amo”, respondeu o rei, “que lhe agradeço e que ele me dá um grande prazer.”
Resumo do 6, 7 e 8 parágrafos: O gato matou o coelho e com ele presenteou o rei que lhe agradeceu.
9§ - Mais uma vez, o gato foi se esconder num campo de
trigo, mantendo sempre seu saco aberto. E quando duas perdizes se enfiaram
nele, puxou os cordões e capturou-as. Em seguida foi dá-las de presente ao rei,
como fizera com o coelho da floresta. Mais uma vez o rei recebeu com prazer as
duas perdizes e mandou que dessem uma gratificação ao bichano.
Vocabulário: perdizes – aves de pequeno porte
semelhantes à galinhas;
Resumo: O gato caçou novamente e
presenteou o rei que lhe agradeceu de novo.
10§ - Assim, por dois ou três meses, o gato continuou a
levar para o rei, de tempos em tempos, uma caça em nome de seu amo. Um dia,
tendo ficado sabendo que o rei sairia a passeio pela margem do rio com a filha,
a mais bela princesa do mundo, ele disse a seu amo: “Se quiser seguir meu
conselho, sua fortuna está feita; basta que vá se banhar no rio no lugar que
lhe mostrarei. E deixe o resto por minha conta.”
Resumo: O gato ficou sabendo que a
princesa passearia perto do rio e orientou que seu dono fosse lá se banhar a
fim de arranjar um encontro.
11§ - O marquês de Carabá fez o que gato lhe
aconselhava, sem saber para que aquilo poderia servir. Enquanto ele se banhava,
o rei passou por ali, e o gato se pôs a gritar a plenos pulmões: “Socorro!
Socorro! Meu senhor, o marquês de Carabá, está se afogando!”
12§ - A esse grito, o rei enfiou a cabeça pela janela da
carruagem e, ao reconhecer o gato que tantas vezes lhe levara caça, ordenou a
seus guardas que fossem a toda pressa socorrer o senhor marquês de Carabá.
14§ - Enquanto os guardas tiravam o pobre marquês do
rio, o gato se aproximou da carruagem e disse ao rei que, enquanto seu amo se
banhava, ladrões tinham levado suas roupas, por mais que ele tivesse gritado
“Pega ladrão!” com todas as suas forças. (Na verdade, o maroto as escondera
debaixo de uma pedra grande.)
Vocabulário: maroto – malandro.
15§ - Imediatamente o rei ordenou aos servidores
encarregados de seu guarda-roupa que fossem buscar um de seus mais belos trajes
para o senhor marquês de Carabá. Depois o rei fez a ele mil cumprimentos, e
como as belas roupas que acabara de ganhar realçavam seu semblante agradável
(pois era bonito e bem constituído), a filha do rei o achou muito do seu
agrado. Mal o marquês de Carabá lhe dirigira dois ou três olhares muito
respeitosos, e um pouco ternos, ela ficou perdida de amor.
Resumo do 11, 12, 13, 14, e 15 parágrafos: O gato finge que seu dono está em apuros no rio e
consegue a atenção do rei e que este empreste roupas ao seu amo que, com os
belos trajes reais, chama a atenção da princesa que se apaixona por ele.
16§ - O rei quis que o marquês entrasse na carruagem e
fosse com eles passear. O gato, encantado de ver que seu plano começava a dar
certo, seguiu na frente e, encontrando alguns camponeses que ceifavam num
prado, disse-lhes: “Boa gente que está ceifando, se não disserem ao rei que o
prado que estão ceifando pertence ao senhor marquês de Carabá, serão todos
picados miudinho como recheio de linguiça.”
Vocabulário: prado – campo.
Resumo: O gato ameaça camponeses para
que digam ao rei que o campo em que trabalham pertencem ao seu dono.
17§ - E de fato o rei perguntou aos camponeses a quem
pertencia o prado que ceifavam. “Pertence ao senhor marquês de Carabá”,
responderam todos em coro, porque a ameaça do gato os amedrontara.
18§ - “Tem aí uma bela herança”, disse o rei ao
marquês de Carabá.
19§ - “Como vedes, Majestade”, respondeu o marquês,
“é um prado que não deixa de produzir com abundância todos os anos.”
Resumo do 17, 18 e 19 parágrafos: O rei fica admirado com as supostas posses do Marquês de Carabá, o amo
do gato.
20§ - Mestre Gato, que seguia sempre à frente, encontrou
um grupo de homens que colhiam e lhes disse: “Boa gente que está colhendo, se
não disserem ao rei que todo este trigo pertence ao senhor marquês da Carabá,
serão todos picados miudinho como recheio de linguiça.”
21§ - O rei, que passou instantes depois, quis saber a
quem pertencia todo o trigo que via. “Pertence ao marquês de Carabá”,
responderam os colheiteiros, e mais uma vez o rei se congratulou com o marquês.
Resuma o 20 e 21 parágrafos:_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
22§ - O gato, que ia adiante da carruagem, dizia sempre
a mesma coisa a todos que encontrava. E o rei estava pasmo com as riquezas do
senhor marquês de Carabá. Finalmente Mestre Gato chegou a um belo castelo que
pertencia a um ogro, o mais rico que jamais se viu, pois todas as terras por
onde o rei passara eram parte de seu domínio. O gato, que tivera o cuidado de
se informar sobre quem era esse ogro e do que era capaz, pediu uma audiência,
alegando que não quisera passar tão perto de um castelo sem ter a honra de
prestar suas homenagens ao castelão.
Vocabulário: pesquise o que é um ogro:__________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
23§ - O ogro o recebeu com a cortesia de que um ogro é
capaz e o convidou a sentar.
24§ - “Garantiram-me”, disse o gato, “que você tem o
dom de se transformar em todo tipo de animal, que é capaz, por exemplo, de se
transformar num leão ou num elefante.”
25§ - “É
verdade”, respondeu o ogro bruscamente. “Para lhe dar uma mostra, vou me transformar
num leão.”
26§ - O gato ficou tão apavorado de ver um leão diante
de si que num instante estava nas calhas do telhado – não sem dificuldade e
perigo, por causa das botas, que não eram grande coisa para se caminhar sobre
telhas.
27§ - Algum tempo depois, tendo visto que o ogro voltara
à sua primeira forma, o gato desceu e confessou que ficara aterrorizado.
Resuma o 23, 24, 25, 26 e 27
parágrafos:________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
28§ - “Garantiram-me
ainda,” disse o gato, “mas não pude acreditar, que você também tem o poder de
tomar a forma dos animais mais pequeninos, que pode se transformar por exemplo
num rato, num camundongo. Confesso que isso me parece totalmente impossível.”
29§ - “Impossível?”
replicou o ogro. “Veja só.” E no mesmo instante se transformou num camundongo
que se pôs a correr pelo assoalho. Quando viu isso, o gato se jogou em cima
dele e o comeu.
Resuma o 28 e 29 parágrafos:_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
30§ - Nesse meio tempo o rei, ao passar, viu o belo
castelo do ogro e quis visitá-lo. Ao ouvir o ruído da carruagem passando sobre
a ponte levadiça, o gato correu para a frente do castelo e disse ao rei:
31§ - “Seja
bem-vinda, Vossa Majestade, ao castelo do senhor marquês de Carabá.”
32§ - “Mas
como, senhor marquês!” exclamou o rei. “Também este castelo lhe pertence? Não
pode haver nada de mais bonito que este pátio e estas construções que o cercam.
Vejamos o interior, por favor.”
33§ - O marquês deu a mão à jovem princesa e os dois
seguiram o rei escada acima. Quando entraram no grande salão, encontraram
servida uma magnífica refeição. O ogro a mandara preparar para uns amigos que
deveriam visitá-lo naquele mesmo dia, mas eles, sabendo que o rei estava lá,
não haviam ousado entrar.
34§ - O rei, encantado com as boas qualidades do senhor
marquês de Carabá – qualidades pelas quais sua filha estava perdidamente
apaixonada – e vendo as riquezas que ele possuía, disse-lhe, depois de ter
tomado cinco ou seis taças: “Depende somente de ti, marquês, vir a ser meu
genro.”
35§ - O marquês, fazendo profundas reverências, aceitou
a honra que lhe fazia o rei; e naquele dia mesmo casou-se com a princesa.
36§ - O gato tornou-se um grande senhor e passou a só
correr atrás de camundongos para se divertir.
Resuma o 30, 31, 32, 33, 34, 35,
e 36 parágrafos:________________________________ __________________________
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MORAL
Por mais conveniente que seja
Uma bela herança receber,
Do avô, do pai ou do tio,
E depois de juros viver,
Para os menos bem-nascidos
A habilidade e a perícia
Podem suprir bens recebidos.
1) Sobre a identidade do Marquês de Carabá,
assinale a alternativa INCORRETA:
A) Ele é o filho caçula do moleiro.
B) Ele é o amo do gato.
C) Ele é o rei.
2) Sobre as características do gato de botas
assinale a alternativa correta:
A) Ele é ardiloso.
B) Ele é acomodado.
C) Ele é medroso.
3) Sobre a moral da história assinale a
alternativa correta:
A) Somente o trabalho duro produz riqueza.
B) A retória e a oratória convencem as pessoas.
C) O caráter é mais importante que a beleza.
4) Qual dos ditados populares abaixo pode
servir como a moral da história?
A) Beleza não põe a mesa.
B) Quem tem boca vai a Roma.
C) O orgulho precede a queda.
5) Qual a estratégia do gato para provar a seu
dono que ele foi a melhor parte da herança?
A) Para o gato todos são interesseiros. Então,
procurou fazer parecer que seu dono era rico para que fosse aceito como genro
pelo rei e ficasse rico de verdade se casando com a princesa.
B) O gato tinha por objetivo que seu amo fosse
feliz com um bom casamento, independentemente da riqueza.
6) Sobre os procedimentos que o gato utilizou
para alcançar sucesso para o seu dono, comente aspectos positivos e negativos.
Positivos:_________________________________________________________________________________________
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Negativos:
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