segunda-feira, 7 de agosto de 2023

Cidadania

 

Leia os textos e responda as questões abaixo:

 

TEXTO I

O BICHO

 

Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.

Manuel Bandeira. Rio de Janeiro, 27 de dezembro de 1947

VOCABULÁRIO

 

Imundície – Sujo

Detrito – Sobra de qualquer substância; resíduo, resto.

Voracidade – Aquele que devora; grande apetite;

 

SOBRE O AUTOR

 

Manuel Bandeira nasceu em Recife, em 19 de abril de 1886. Além de poeta, foi professor, cronista, crítico literário e professor.

 

 

 

TEXTO II

Ser cidadão é ter direito à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade perante a lei; é, em resumo, ter direitos civis. É também participar no destino da sociedade, votar, ser votado, ter direitos políticos. Os direitos civis e políticos não asseguram a democracia sem os direitos sociais, aqueles que garantem a participação do endivido na riqueza coletiva: o direito à educação, ao trabalho, ao salário justo, à saúde, a uma velhice tranquila. Exercer a cidadania plena é ter direitos civis, políticos e sociais (PINSKY, 2008, p. 09)

PINSKY, J. e PINSKY, C. B. (Orgs.). História da cidadania. 4 ed. São Paulo: Contexto, 2008.

 

 

 

 

 

 

 

 

1) A respeito da primeira estrofe, assinale a alternativa correta:

A) O bicho se alimenta do que a sociedade desperdiça.

B) A cena de catar comida no lixo não é cotidiana

C) O bicho é um abutre por se alimentar de restos orgânicos.

D) O local do poema é a zona rural.

 

2) Com base na segunda estrofe, assinale a alternativa correta:

A) O fato de o bicho não examinar o que come demonstra que é onívoro e não tem preferência diante de alimentos.

B) A avidez com que o bicho se alimenta demonstra que o bicho prefere sobras como alimento.

C) O fato de o bicho engolir com pressa sobras de comida demonstra sua fome.

D) A segunda estrofe enfatiza que a atitude do bicho frente à comida é habitual a todos os bichos.

 

3) Com base na terceira estrofe, assinale a alternativa INCORRETA:

A) O eu-lírico antecipa as hipóteses usuais de qual bicho seria e repete “não era um” para reforçar o descarte destas hipóteses que tranquilizariam o leitor.

B) O eu-lírico cria um suspense para revelar de qual animal se trata o bicho.

C) O eu-lírico cita animais habitualmente encontrados na rua, demonstrando abandono.

D) As hipóteses descartadas de que o bicho poderia ser um cão, gato ou rato refere-se à semelhança de porte destes animais.

 

4) Sobre o último verso, assinale a alternativa INCORRETA:

A) O último verso causa espanto ao revelar que o bicho é um ser humano.

B) O ser humano é reduzido em sua dignidade ao ser equiparado a um bicho humilhado em sua necessidade de sobrevivência.

C) A expressão “Meu Deus” revela um misto de surpresa e horror.

D) O eu-lírico chama a atenção para o fato de o homem também é um animal, só que racional.

 

5) Assinale a alternativa INCORRETA:

A) O poema retrata a realidade social do Brasil

B) O poema defende o desprezo pelos bens materiais.

C) O poema chama a atenção para a exclusão dos mais pobres.

D) O poema denuncia a miséria no Brasil.

 

6) Relacionando o poema de Manuel Bandeira com o texto do historiador Jaime Pinsky a respeito de cidadania é correto dizer que:

A) O “homem-bicho” tem direitos civis, pois está vivo e é livre para percorrer pátios em busca de alimento.

B) O “homem-bicho” não é um cidadão no sentido apresentado no texto, pois está em condição de rua e com fome, logo, sem moradia, sem trabalho digno, com insegurança alimentar e ausência de diversos direitos.

C) O “homem-bicho” é um cidadão sem acesso aos direitos por ter optado por não cumprir com seus deveres.

D) O “homem-bicho” tem direitos sociais e políticos, mas lhe faltam os direitos civis de moradia, saúde e segurança.

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