sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

CAPITALISMO

 Sobre o capitalismo assinale (V) para verdadeiro e (F) para falso:


(  ) As sociedades modernas (industriais) como sociedades complexas e diferenciadas funcionalmente: forte divisão do trabalho social.

(  ) O capitalismo é um tipo de comportamento econômico racional baseado na organização empresarial estável visando o lucro sistemático e renovado, reinvestido no próprio negócio, e inserido em relações mercantis pacíficas.

(  ) As classes sociais são grupos sociais que ocupam diferentes posições na estrutura econômica, estabelecendo se uma diferença fundamental em relação à propriedade ou não propriedade dos meios de produção. 

MERCADO DE TRABALHO, TRABALHO, RICARDO ANTUNES

 1) Entrevista com o sociólogo Ricardo Antunes ao jornal Brasil de Fato: (Questões 1 e 2) 


Brasil de Fato: Se você pudesse resumir, qual diria que é o perfil do trabalhador brasileiro hoje?


Ricardo Antunes: Aqui a classe trabalhadora, além de trabalhar longas jornadas de trabalho, é paga abaixo dos níveis necessários para sobrevivência. Isso é o que a caracteriza. O que nós estamos vendo, nos últimos quarenta ou cinquenta anos, é uma explosão do setor de serviços. E uma explosão que se deve à privatização desse setor, ao fato dele gerar lucro, ao fato dele passarem a ser explorado pelas grandes corporações capitalistas, ao fato de que esse período marcou uma explosão do mundo informacional digital. O resultado é um novo proletariado de serviços da era digital. 


Brasil de Fato: Esse proletariado é mais explorado do que aquele antigo trabalhador?


Não. O que acontece é que no setor de serviços há uma enorme proletarização, que atingiu não só os trabalhadores do fast-food, motoboys, trabalhadores de hotéis, trabalhadores dos hipermercados, mas também médicos, advogados. Hoje, um jovem médico que é de família pobre vai ter que trabalhar em três ou quatro empresas de saúde para poder ganhar um salário que não é alto. Há jovens advogados perambulando como intermitentes nos escritórios para tentar uma causa. Agora imagine as profissões dos cuidados, as trabalhadoras domésticas, eletricistas, trabalhadores do Uber, entregadores do iFood. Toda essa massa de proletários que se esparrama a partir do mundo digital. 


De acordo com a entrevista do sociólogo Ricardo Antunes ao jornal Brasil de Fato, qual é a principal característica do perfil do trabalhador brasileiro atual?


A) Jornadas de trabalho mais curtas e salários elevados.

B) Grande diversidade de setores de atuação.

C) Proletarização no setor de serviços e remuneração abaixo dos níveis necessários para a sobrevivência.

D) Expansão do mundo informacional digital e estabilidade no mercado de trabalho.

E) Maior exploração do proletariado em comparação com os trabalhadores antigos.



2) Qual é a abordagem que Ricardo Antunes destaca em relação a essa proletarização?


A) Afirma que apenas profissões tradicionalmente precárias estão sujeitas à proletarização.



B) Destaca que a proletarização atinge também profissões tradicionalmente consideradas mais estáveis, como médicos e advogados.

C) Sustenta que o setor de serviços experimentou uma diminuição da proletarização nos últimos anos.

D) Argumenta que a proletarização no setor de serviços é um fenômeno exclusivo do Brasil.

E) Ignora a relação entre a proletarização e o setor de serviços na análise do perfil do trabalhador brasileiro.


Unesp 2020, Terrorismo, Política

Unesp 2020

O terrorismo atual utiliza as técnicas do espetáculo produzindo vídeos e montagens por vezes muito bem elaborados. O controle dos meios de difusão de conteúdo é certamente outra novidade, possibilitada pelo advento da internet [...]. Por mais chocante que possa ser o conteúdo difundido pelo Estado Islâmico, sua forma é já reveladora de que a violência está subordinada a uma lógica espetacular. 

(Gabriel F. Zacarias. No espelho do terror: jihad e espetáculo, 2018.) 

O texto caracteriza o terrorismo atual como peculiar, pois este 

(A) promove a inclusão digital de populações pobres e amplia o acesso às novas ferramentas de comunicação e divulgação. 

(B) combate a centralização do poder financeiro no Ocidente e direciona sua propaganda apenas aos seguidores e simpatizantes. 

(C) rejeita a cultura ocidental do espetáculo e reitera valores e princípios originários de sociedades tradicionais do Oriente próximo. 

(D) recorre a estratégias de ação de forte impacto visual e divulga suas atividades por meio das novas tecnologias

(E) valoriza a violência como instrumento de transformação política e rejeita a adesão de pessoas nascidas no Ocidente.

Unesp, Unesp 2020, Juscelino Kubitschek, Brasília, Brasil populismo,

 A construção de Brasília pode ser considerada a principal meta do Plano de Metas [...]. Para alguns analistas, a nova capital seria o elemento propulsor de um projeto de identidade nacional comprometido com a modernidade, cuja face mais visível seria a arquitetura modernista de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa. Ao mesmo tempo, no entanto, a interiorização da capital faria parte de um antigo projeto de organização espacial do território brasileiro, que visava ampliar as fronteiras econômicas rumo ao Oeste e alavancar a expansão capitalista nacional. 

(Marly Motta. “Um presidente bossa-nova”. In: Luciano Figueiredo (org.). História do Brasil para ocupados, 2013.) 

O texto expõe dois significados da construção de Brasília durante o governo de Juscelino Kubitschek. Esses dois significados relacionam-se, pois

(A) denotam o esforço de construção de um espaço geográfico brasileiro com o intuito de assegurar o equilíbrio econômico e político entre as várias regiões do país

(B) demonstram o nacionalismo xenófobo do governo Kubitschek e sua disposição de isolar o Brasil dos demais países do continente americano. 

(C) revelam a importância da redefinição do espaço territorial para a implantação de um projeto de restrições à entrada de capitais e investimentos estrangeiros. 

(D) explicitam a postura antiliberal do governo Kubitschek e sua intenção de implantar um regime de igualdade social no país. 

(E) indicam o surgimento de uma expressão arquitetônica original e baseada no modelo de edificação predominante entre os primeiros habitantes do atual Brasil.

Unesp 2020, Jean-Jacques Rousseau, Contratualismo,

 Unesp 2020

Cada um de nós põe em comum sua pessoa e todo o seu poder sob a direção suprema da vontade geral, e recebemos, enquanto corpo, cada membro como parte indivisível do todo. [...] um corpo moral e coletivo, composto de tantos membros quantos são os votos da assembleia [...]. Essa pessoa pública, que se forma, desse modo, pela união de todas as outras, tomava antigamente o nome de cidade e, hoje, o de república ou de corpo político, o qual é chamado por seus membros de Estado [...]. 

(Jean-Jacques Rousseau. Os pensadores, 1983.) 

O texto, produzido no âmbito do Iluminismo francês, apresenta a doutrina política do 

(A) coletivismo, manifesto na rejeição da propriedade privada e na defesa dos programas socialistas de estatização. 

(B) humanismo, presente no projeto liberal de valorizar o indivíduo e sua realização no trabalho. 

(C) socialismo, presente na crítica ao absolutismo monárquico e na defesa da completa igualdade socioeconômica. 

(D) corporativismo, presente na proposta fascista de unir o povo em torno da identidade e da vontade nacional. 

(E) contratualismo, manifesto na reação ao Antigo Regime e na defesa dos direitos de cidadania.

Unesp 2021, Redação, Tempo é dinheiro?

 Texto 1 

Tempo é dinheiro. (Provérbio inglês, já prefigurado numa frase de Teofrasto [372 a.C.-287 a.C.], filósofo da Grécia Antiga.) 

(Paulo Rónai. Dicionário universal de citações, 1985.)


Texto 2 

Lembra-te que tempo é dinheiro. Aquele que com o seu trabalho pode ganhar dez xelins1 ao dia e vagabundeia metade do dia, ou fica deitado em seu quarto, não deve, mesmo que gaste apenas seis pence para se divertir, contabilizar só essa despesa; na verdade, gastou, ou melhor, jogou fora cinco xelins a mais. 

(Benjamin Franklin [1706-1790]. Conselho a um jovem comerciante, 1748. http://founders.archives.gov.) 1xelim: até 1971, quando ainda estava em vigor no Reino Unido, um xelim equivalia a 12 pence.


Texto 3



Texto 4 

Vi quem só andava com o mesmo chinelo 

Com o preço de uma casa no seu sapateiro 

Olhei pro braço dos cria, tá geral de Rolex 

Finalmente pude entender porque tempo é dinheiro 

(Djonga [1994- ]. “Hoje não”. Histórias da minha área, 2020.)


Texto 5 

Inventamos uma montanha de consumos supérfluos. Compramos e descartamos. Mas o que estamos gastando é tempo de vida. Quando eu compro algo, ou você compra algo, não compramos com dinheiro, compramos com o tempo de vida que tivemos de gastar para ganhar aquele dinheiro. Com uma diferença: a única coisa que não se pode comprar é a vida, a vida se gasta. 

(José Mujica [1935- ]. Human [documentário de Yann Arthus-Bertrand], 2015.)


Texto 6 


Uma das coisas mais sinistras da história da civilização ocidental é o famoso dito atribuído a Benjamin Franklin “Tempo é dinheiro”. Isso é uma monstruosidade. Tempo não é dinheiro. Tempo é o tecido da nossa vida. É esse minuto que está passando. Daqui a 10 minutos eu estou mais velho, daqui a 20 minutos eu estou mais próximo da morte. Portanto, eu tenho direito a esse tempo, esse tempo pertence a meus afetos. 

(Antonio Candido [1918-2017]. www.cartamaior.com.br, 08.08.2006.) 

Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva um texto dissertativo-argumentativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:

Tempo é dinheiro?



Unesp 2021, Hannah Arendt, Banalidade do mal, Escola de Frankfurt,

 Unesp 2021

O tema do mal, em Hannah Arendt, não tem como pano de fundo a malignidade, a perversão ou o pecado humano. A novidade da sua reflexão reside justamente em evidenciar que os seres humanos podem realizar ações inimagináveis, do ponto de vista da destruição e da morte, sem qualquer motivação maligna. O pano de fundo do exame da questão, em Arendt, é o processo de naturalização da sociedade ocorrido na contemporaneidade. O mal é abordado, desse modo, na perspectiva ético-política e não na visão moral ou religiosa. O mal banal caracteriza-se pela ausência do pensamento. Essa ausência provoca a privação de responsabilidade. O praticante do mal banal não se interroga sobre o sentido da sua ação ou dos acontecimentos ao seu redor. 

(Odílio Alves Aguiar. “Violência e banalidade do mal”. www.revistacult.uol.com.br, 14.03.2010. Adaptado.) 

Depreende-se do texto que a banalidade do mal na contemporaneidade resulta, segundo Hannah Arendt, 

(A) da carência de formação religiosa. 

(B) da irreflexão institucionalizada

(C) da ausência de pacto regulador. 

(D) da voracidade dos interesses econômicos. 

(E) da perversidade humana.

Unesp 2021, Herbert Marcuse, Meios de comunicação de massa, Mass Media,

 Unesp 2021

Os meios de transporte e comunicação em massa, as mercadorias, casa, alimento e roupa, a produção irresistível da indústria de diversões e informação trazem consigo atitudes e hábitos prescritos, certas reações intelectuais e emocionais que prendem os consumidores mais ou menos agradavelmente aos produtores e, através destes, ao todo. Os produtos doutrinam e manipulam; […] E, ao ficarem esses produtos benéficos à disposição de maior número de indivíduos e de classes sociais, a doutrinação que eles portam deixa de ser publicidade; torna-se um estilo de vida. 

(Herbert Marcuse. A ideologia da sociedade industrial: o homem unidimensional, 1973.) 

Marcuse critica o modelo de produção da sociedade industrial, que, segundo o texto, se expressa na 

(A) manipulação, pela propaganda, de consumidores e produtores. 

(B) defesa, pela publicidade, de valores masculinos e patriarcais. 

(C) substituição da pureza do artesanato pela ganância da fábrica. 

(D) alienação do trabalhador provocada pelo trabalho fabril. 

(E) imposição cultural de hábitos e atitudes individuais

Unesp 2021, Brasil Ditadura, AI-5,

Unesp 2021 

Observe a charge de Ziraldo, originalmente publicada em 1968.


O diálogo entre o elefante e as cobras, associado à decretação do Ato Institucional número 5, sugere 

(A) a alienação de parte expressiva da sociedade ante o cenário político e a difusão de notícias falsas. 

(B) a solidez das instituições políticas republicanas e a disseminação do medo por traidores dos interesses nacionais. 

(C) o contraste entre o esforço militar de corrigir os rumos do país e a desconfiança da sociedade civil. 

(D) o poder dos grupos sociais e políticos fortes e consolidados e a incerteza entre os setores populares. 

(E) o distanciamento entre a sociedade e o regime político e a dissolução das garantias e dos direitos democráticos

Unesp 2021, Nazismo, Política

 Unesp 2021

A glorificação da guerra e do heroísmo já era tema constante na literatura nacionalista […]; os escritores nazistas só vieram repetir os clichês já surrados de exaltação dos valores militares, do sacrifício, da força da guerra como fator de soerguimento do orgulho nacional. […] 

Para o nazismo, a guerra era o cume de uma decisão de cuja verdade não se poderia escapar. Sabiam que tudo estava sendo jogado nela. 

(Alcir Lenharo. Nazismo: o triunfo da vontade, 1986.) 

No contexto histórico descrito, 

(A) os nazistas acreditavam que “a guerra era o cume de uma decisão de cuja verdade não se poderia escapar”, pois defendiam, nos seus textos teóricos, que os humanos são, no estado de natureza, bons selvagens. 

(B) os nazistas reproduziram a “exaltação dos valores militares” da literatura nacionalista, pois identificavam-se aos valores e princípios socialistas dos principais autores alemães do século XIX. 

(C) o “soerguimento do orgulho nacional” associa-se à necessidade de recuperar os territórios perdidos pela Alemanha na Guerra Franco-Prussiana e ao sucesso da ocupação militar nazista da Polônia e da União Soviética. 

(D) a “glorificação da guerra” relaciona-se ao enaltecimento das campanhas militares dos alemães na História e à sustentação, pela ideologia nazista, da centralidade do conflito como hierarquizador de pessoas e nações 

(E) a “glorificação do heroísmo” relaciona-se à mitificação de ações de guerreiros individuais, que atuam no campo de batalha mesmo em condição de inferioridade numérica e de armamentos.

Unesp 2021, Panóptico, Foucault, Poder

Unesp 2021 (imagem adaptada)

Projeto do panóptico, novo modelo de vigilância, proposto por Jeremy Bentham no final do século XVIII, para ser utilizado em presídios e outros espaços que exigissem controle rigoroso.



Presídio da Ilha de Pinos, em Cuba, construído no final da década de 1920, a partir do modelo do panóptico, e hoje abandonado.







 O princípio é: na periferia, uma construção em anel; no centro, uma torre; esta possui grandes janelas que se abrem para a parte interior do anel. A construção periférica é dividida em celas, cada uma ocupando toda a largura da construção. Estas celas têm duas janelas: uma abrindo-se para o interior, correspondendo às janelas da torre; outra, dando para o exterior, permite que a luz atravesse a cela de um lado a outro. Basta então colocar um vigia na torre central e em cada cela trancafiar um louco, um doente, um condenado, um operário ou um estudante. Devido ao efeito de contraluz, pode-se perceber da torre, recortando-se na luminosidade, as pequenas silhuetas prisioneiras nas celas da periferia. Em suma, inverte-se o princípio da masmorra; a luz e o olhar de um vigia captam melhor que o escuro que, no fundo, protegia. […] 

As mudanças econômicas do século XVIII tornaram necessário fazer circular os efeitos do poder por canais cada vez mais sutis, chegando até os próprios indivíduos, seus corpos, seus gestos, cada um de seus desempenhos cotidianos. Que o poder, mesmo tendo uma multiplicidade de homens a gerir, seja tão eficaz quanto se ele se exercesse sobre um só. […] Bentham […] coloca o problema da visibilidade, mas pensando em uma visibilidade organizada inteiramente em torno de um olhar dominador e vigilante. Ele faz funcionar o projeto de uma visibilidade universal, que agiria em proveito de um poder rigoroso e meticuloso. 

(Michel Foucault. Microfísica do poder, 1979.) 

O projeto do panóptico de Bentham associou-se, na origem,

(A) à lógica do individualismo e da racionalidade difundidos no Iluminismo, e hoje manifesta-se indiretamente no uso sistemático de câmeras de segurança para a vigilância do cotidiano

(B) à defesa do igualitarismo social proposta pelos formuladores das doutrinas socialistas, e hoje manifesta-se nos projetos arquitetônicos de prisões e quartéis desenvolvidos nos países comunistas. 

(C) ao predomínio da visão sobre os outros sentidos nas sociedades orientais tradicionais, e hoje expressa-se na presença de aparelhos de televisão na maioria das residências e dos estabelecimentos comerciais. 

(D) ao esforço de centralização do poder no âmbito do absolutismo monárquico e da formação dos Estados modernos, e hoje expressa-se na ação repressiva e controladora dos regimes totalitários. 

(E) à luta pela democratização nas sociedades ocidentais contemporâneas, e hoje manifesta-se no amplo direito de acesso à informação e à expressão proporcionado pela internet e pelas redes sociais.

Unesp 2021, Quilombo, Brasil Colônia

 Unesp 2021

O quilombo significou uma alternativa concreta à ordem escravista — e, por isso, tornou-se um problema real e bastante amedrontador para a sociedade colonial e para as autoridades, que precisavam combatê-lo de modo sistemático. Mas, ao mesmo tempo, o quilombo era parte da sociedade que o reprimia, em função dos diversos vínculos que tinha com os diferentes setores desta. Tais vínculos, de natureza muito variada, incluíam a criação de toda sorte de relações comerciais com as populações vizinhas, a formação de redes mais ou menos complexas para obtenção de informações e, como não poderia deixar de ser, o cultivo de um sem- -número de laços afetivos e amorosos que se entrecruzavam nas periferias urbanas e nas fazendas. 

(Lilia M. Schwarcz e Heloisa M. Starling. Brasil: uma biografia, 2018.) 

Os quilombos existentes no Brasil colonial podem ser caracterizados como espaços 

(A) de permanência provisória, a que os fugitivos recorriam até que conseguissem alforria ou pudessem escapar para países vizinhos, onde a escravidão já havia sido abolida. 

(B) tolerados pelos organismos policiais e repressivos da colônia, pois continham áreas importantes de produção de alimentos, que contribuíam para alimentação dos escravizados. 

(C) articulados à ordem estabelecida da sociedade colonial, pois resultavam da lógica do escravismo e, ao mesmo tempo, mantinham conexões regulares com comunidades e cidades próximas

(D) de refúgio, que conseguiam sustentar-se e garantir a sobrevivência daqueles que neles se abrigavam, a partir da autossuficiência econômica e do completo isolamento. 

(E) de extrema violência, cujos moradores sofriam tanto com os ataques sistemáticos de bandeirantes quanto com a tirania dos chefes, que reproduziam internamente a lógica escravista da sociedade.

Redação Unesp 2022, Sociedade do cansaço

 Texto 1 

É melhor ser alegre que ser triste 

Alegria é a melhor coisa que existe 

É assim como a luz no coração 


Mas pra fazer um samba com beleza 

É preciso um bocado de tristeza 

É preciso um bocado de tristeza 

Senão, não se faz um samba não 


(Vinicius de Moraes/Baden Powell. “Samba da bênção”. In: Vinicius de Moraes. Livro de letras, 2015.)


Texto 2



Texto 3

 Época: Como a felicidade se tornou uma tirania? Pascal Bruckner: No século XVIII, felicidade já deixara de ser um direito para se tornar um dever. Mas essa inversão de valores só se consolidou no século XX, depois de 1968, quando se fez uma revolução em nome do prazer, da alegria, da voluptuosidade. A partir do momento em que o prazer se torna o principal valor de uma sociedade, quem não o atinge vira um indivíduo fora da lei. Época: Sofrimento virou doença? Pascal Bruckner: Sempre detestamos o sofrimento, é normal. A novidade é que agora as pessoas não têm mais o direito de sofrer. Então, sofre-se em dobro. Querer que as pessoas se calem sobre a dor física ou psicológica é apenas agravar o mal. 

(Pascal Bruckner. “O mal da felicidade”. http://revistaepoca.globo.com, 16.02.2018.)


Texto 4 



Naomi Osaka afirmou na capa da revista Time há alguns dias: “It’s ok to not be ok”. A tenista, que havia abandonado Roland Garros para cuidar de sua saúde mental, confirmou em um texto em primeira pessoa a pressão que sofreu nos últimos meses. Falou também da importância de trazer à tona o debate sobre a saúde mental em nosso tempo, e não só no esporte: “Espero que as pessoas entendam que está bem não estar bem, e está bem falar disso. Há pessoas que podem ajudar e, em geral, há luz no fim de qualquer túnel.” 

(Noelia Ramírez. “‘Tudo bem não estar bem’, o lema da nova era que dá adeus ao pensamento positivo”. https://brasil.elpais.com, 15.07.2021. Adaptado.)


Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva um texto dissertativo-argumentativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: 


“Tudo bem não estar bem”?: A tristeza em tempos de felicidade compulsória

Unesp 2022, Panóptico, Foucault, Poder, Estado

 Unesp 2022

Texto 1 

A ideia do panóptico coloca no centro alguém, um olho, um olhar, um princípio de vigilância que poderá de certo modo fazer sua soberania agir sobre todos os indivíduos [situados] no interior dessa máquina de poder. Nessa medida, podemos dizer que o panóptico é o mais antigo sonho do mais antigo soberano: que nenhum dos meus súditos escape e que nenhum dos gestos de nenhum dos meus súditos me seja desconhecido. 

(Michel Foucault. Segurança, território, população, 2008. Adaptado.) 


Texto 2 

Em 2013 as revelações de Edward Snowden, ex-funcionário da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos, deixaram a noção de transparência democrática sob suspeita. Snowden revelou que a inteligência estadunidense realizava vigilância em massa de seus aliados e adversários políticos. A espionagem ocorreu logrando acesso legal ou forçado aos servidores de boa parte das maiores empresas de internet. 

(Davi Lago. “O panóptico digital: por que devemos suspeitar da palavra ‘transparência’?”. https://estadodaarte.estadao.com.br, 29.08.2019. Adaptado.) 

O fenômeno retratado nos excertos implica, diretamente, 

(A) o reconhecimento da liberdade individual. 

(B) o aperfeiçoamento da interação social. 

(C) a diversificação do conhecimento popular. 

(D) a ampliação de autoridade estatal

(E) a valorização da responsabilidade coletiva.

Unesp, Unesp 2022, Maquiavel, Fortuna

 Unesp 2022

Ora resta examinar quais devem ser os procedimentos e as resoluções do príncipe com relação aos seus súditos e aos seus aliados. Há uma grande distância entre o modo como se vive e o modo como se deveria viver, que aquele que em detrimento do que se faz privilegia o que se deveria fazer mais aprende a cair em desgraça que a preservar a sua própria pessoa. Ora, um homem que de profissão queira fazer-se permanentemente bom não poderá evitar a sua ruína, cercado de tantos que bons não são. Assim, é necessário a um príncipe que deseje manter-se príncipe aprender a não usar [apenas] a bondade. 

(Nicolau Maquiavel. O Príncipe, 1998. Adaptado.) 

O tema abordado por Maquiavel no excerto também está relacionado ao seu conceito de fortuna, que diz respeito ao fato de o governante 

(A) privilegiar a vontade popular. 

(B) valorizar a vontade divina. 

(C) agir com virtude na vida privada. 

(D) conseguir equilibrar as riquezas reais. 

(E) saber lidar com imprevistos..

Unesp 2022, Capitalismo, Crash da bolsa de valores de Nova York, Crack da Bolsa de Nova York, Crise de 1929

 Unesp 2022

Um dos motivos que contribuíram para a crise econômico- -financeira do final da década de 1920 foi o 

(A) descompasso entre a alta do valor real e a queda do valor nominal das ações de empresas europeias e norte-americanas comercializadas na Bolsa de Nova York. 

(B) contraste entre a expansão da oferta de mercadorias norte-americanas desde a Primeira Guerra Mundial e a gradual retração do mercado europeu de importação..

(C) deslocamento de capitais do setor industrial para o agrícola, gerando um desequilíbrio na economia norte-americana e a redução dos empregos nas áreas urbanas. 

(D) declínio da produção de produtos primários na América Latina, que provocou a falta de fornecedores de insumos e a queda da capacidade produtiva da indústria norte- -americana. 

(E) intervencionismo do Estado na economia norte-americana, em contraposição à defesa da livre-iniciativa e ao autogerenciamento do mercado.

Unesp, Anarquia, Proudhon, Propriedade

 UNESP 2022

Se eu tivesse que responder à seguinte pergunta: O que é a escravatura? e respondesse sem hesitar: É o assassínio, o meu pensamento ficaria perfeitamente expresso. Não precisarei de fazer um grande discurso para mostrar que o poder de privar o homem do pensamento, da vontade e da personalidade, é um poder de vida e morte e que fazer de um homem escravo equivale a assassiná-lo. Por que, então, a essa outra pergunta: O que é a propriedade? não posso responder simplesmente: É o roubo, ficando com a certeza de que me entendem, embora esta segunda proposição não seja mais que a primeira, transformada? 

(Pierre Joseph Proudhon. O que é a propriedade?, 1975.) 

O texto, escrito em 1840, expressa uma posição 

(A) anarquista, de crítica ao direito de propriedade e de defesa do valor supremo da liberdade.. 

(B) comunista, de crítica à burguesia e de defesa da revolução social como forma de construir um Estado proletário. 

(C) liberal, de defesa do direito de propriedade e de crítica às desigualdades sociais. 

(D) positivista, de crítica à falta de ordem social e de defesa de ações voltadas ao progresso. 

(E) marxista, de defesa da eliminação da propriedade privada e de crítica ao regime de trabalho assalariado.

UNESP, Trabalho, Exploração do Trabalho, Revolução Industrial

 UNESP 2022

Entrar numa fábrica pela primeira vez podia ser uma experiência aterrorizante: o ruído e o movimento do maquinário; o ar sufocante, cheio de pó de algodão, muitas vezes, mantido opressivamente quente para reduzir a quebra; o fedor penetrante de óleo de baleia e de gordura animal usados para lubrificar as máquinas (antes da disponibilidade de produtos petrolíferos) e do suor de centenas de trabalhadores; os semblantes pálidos e os corpos doentios dos operários; o comportamento feroz dos supervisores, alguns dos quais carregavam cintos ou chicotes para impor disciplina. Nas salas de tecelagem, o barulho ensurdecedor de dezenas de teares, cada um com uma lançadeira recebendo pancadas de martelo umas sessenta vezes por minuto, impossibilitava que os trabalhadores se ouvissem. 

(Joshua B. Freeman. Mastodontes: a história da fábrica e a construção do mundo moderno, 2019.) 

O trabalho nas primeiras fábricas inglesas é caracterizado no excerto 

(A) pela insalubridade e opressão no ambiente de trabalho..

(B) pela apropriação do tempo e do excedente do trabalho pelo capitalista. 

(C) pelo aumento da produtividade e da otimização do ritmo de trabalho. 

(D) pelo desenvolvimento da tecnologia e da divisão de tarefas. 

(E) pelo aproveitamento de energia de origem mineral.

terça-feira, 5 de dezembro de 2023

ENEM 2023-2024, Michel Foucault, Direito

ENEM 2023-2024 

A economia das ilegalidades se reestruturou com o desenvolvimento da sociedade capitalista. A ilegalidade dos bens foi separada da ilegalidade dos direitos. Divisão que corresponde a uma oposição de classes, pois, de um lado, a ilegalidade mais acessível às classes populares será a dos bens — transferência violenta das propriedades; de outro, à burguesia, então, se reservará a ilegalidade dos direitos: a possibilidade de desviar seus próprios regulamentos e suas próprias leis; e essa grande redistribuição das ilegalidades se traduzirá até por uma especialização dos circuitos judiciários; para as ilegalidades de bens — para o roubo — os tribunais ordinários e os castigos; para as ilegalidades de direitos — fraudes, evasões fiscais, operações comerciais irregulares — jurisdições especiais com transações, acomodações, multas atenuadas etc. 

FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes, 1987. 

O texto apresenta uma relação de cálculo político-econômico que caracteriza o poder punitivo por meio da 

A gestão das ilicitudes pelo sistema judicial. 

B aplicação das sanções pelo modelo equânime. 

C supressão dos crimes pela penalização severa. 

D regulamentação dos privilégios pela justiça social. 

E repartição de vantagens pela hierarquização cultural.

ENEM 2023-2024, Trabalho, Alienação, Exploração do Trabalho, Automação, DIT, Divisão Internacional do Trabalho, Inteligência Artificial

ENEM 2023-2024

Por trás da “mágica” do Google Assistant de sua capacidade de interpretar 26 idiomas está uma enorme equipe de linguistas distribuídos globalmente, trabalhando como subcontratados, que devem rotular tediosamente os dados de treinamento para que funcione. Eles ganham baixos salários e são rotineiramente forçados a trabalhar horas extras não remuneradas. A inteligência artificial não funciona com um pozinho mágico. Ela funciona por meio de trabalhadores que treinam algoritmos incansavelmente até que eles automatizem seus próprios trabalhos. 

A Inteligência Artificial (IA) da economia freelancer está vindo atrás de você. Disponível em: https://mittechreview.com.br. Acesso em: 6 out. 2021 (adaptado). 

O texto critica a mudança tecnológica em razão da seguinte consequência: 

A Diversificação da função. 

B Mobilidade da população. 

C Autonomia do empregado. 

D Concentração da produção. 

E Invisibilidade do profissional.

Atividade Poder Legislativo Municipal

 

1

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3

4

5

A

 

 

 

 

 

B

 

 

 

 

 

C

 

 

 

 

 

D

 

 

 

 

 

 


Leia o texto:

1. Qual a função do Poder Legislativo?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

propor e aprovar leis, fiscalizar sua aplicação e participar da administração pública municipal.

 

 

2. Como o Poder Legislativo é distribuído no Brasil?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

União (país) – Formada pelo Congresso Nacional com as duas Casas de Leis (Câmara dos Deputados e Senado Federal), compondo-se de 513 deputados federais e 81 senadores da República, respectivamente.

Estados – Formado pelas Assembleias Legislativas e seus deputados estaduais.

Municípios (cidades)– Formados pelas Câmaras Municipais compostas pelos vereadores.

 

 

3. O que é o Plenário das Câmaras Municipais?

 

 

 

 

 

 

 

É quando os vereadores se reúnem nas Câmaras Municipais para as grandes decisões: perda de mandato do vereador; impeachment do prefeito; mudanças na Lei; impedir os atos do Executivo que extrapolou o poder regulamentar.

 

4. O que são as comissões?

 

 

 

 

 

 

 

 

As Comissões podem ser permanentes ou temporárias e desenvolvem análises dos temas que resultarão em projetos de lei. Tais estudos são resumidos em pontos principais.

 

 

 

 

 

 

 

 


5. Como os vereadores fazem as leis?

1º Passo O projeto de lei é apresentado no Plenário da Câmara Municipal para ser lido na sessão e depois publicado.

2º Passo O presidente da Casa envia às Comissões que emitem os pareceres sobre as matérias. Assim, o projeto de lei está pronto para ser inserido na Ordem do Dia.

3º Passo Uma vez colocada a proposição na Ordem do Dia, os vereadores passam a discutir o projeto de lei podendo, inclusive, apresentar emendas para melhoria do texto.

4º Passo Chegou a hora da votação! Os vereadores são invioláveis por suas opiniões, palavras e votos. É o que diz a Constituição Federal.

5º Passo O projeto de lei pode ser aprovado se obtiver maioria de votos dos vereadores. Do contrário, será rejeitado e irá para o arquivo.

6º Passo Com a aprovação, o presidente da Câmara declara que o projeto de lei seguirá para a sanção (aprovação) do prefeito, com as devidas assinaturas dos vereadores presentes (autógrafos).

7º Passo Pronto! O prefeito analisa o projeto de lei aprovado pelos vereadores. Ao concordar com o texto, o representante do Executivo no município sanciona a lei. Agora, se o prefeito não concordar com o projeto de lei aprovado pelos vereadores, o mesmo será vetado.

 

Fonte: SENADO. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/interlegis/comunicacao/publicacoes-1/cartilha-do-vereador/. Acesso em: 05/12/2003 (Adaptado).

 

1) Qual a função típica do Poder Legislativo?

A) Criar leis e fiscalizar o poder Executivo.                        B) Julgar conflitos e interpretar leis.

C) Fazer cumprir as leis e administrar recursos públicos.    D) Criar leis e julgar conflitos.

 

2) Sobre a distribuição do Poder Legislativo no Brasil assinale a alternativa correta:

A) Na União é formado por Câmaras Municipais    B) Nos municípios é formado por Câmaras Municipais.

C) Nos Estados é formado pelo Senado.                   C) Nos municípios é formado pela Câmara dos Deputados.

 

3) Sobre o Plenário nas Câmaras Municipais assinale a alternativa correta:

A) É a reunião de menos de 50% dos vereadores.                B) É a reunião cotidiana dos vereadores na Câmara.

C) É a reunião de ampla maioria para grandes decisões.     D) Nenhuma das alternativas.

 

4) Sobre as Comissões assinale a alternativa correta.

A) Trata-se dos auxiliares escolhidos pelo vereador para ajudá-lo a criar uma proposta de lei.

B) Trata-se da reunião de ampla maioria dos vereadores para votar na aprovação de uma lei.

C) Trata-se sempre de um mesmo grupo que permanece durante todo o mandato para analisar propostas de lei.

D) Trata-se de um grupo, temporário ou não, que analisa propostas de lei e depois as resume para apresentação.

 

5) Sobre os passos para a criação de uma lei assinale a alternativa correta.

A) o 6 passo é o encaminhamento para a aprovação do prefeito.

B) o 1 passo é a aprovação do prefeito.

C) o 3 passo é encaminhar a proposta de lei para as comissões,

D) o último passo é a votação dos vereadores no projeto de lei. 

ENEM 2023-2024, Lei Maria da Penha, Gênero, Patrimônio, Violência

 ENEM 2023-2024

Negar o pedido por dinheiro indispensável para necessidades pessoais ou comprar bens usando o nome da pessoa sem o consentimento dela. Ameaçar o corte de recursos dependendo de atitudes pessoais, esconder documentos ou trocar senhas do banco sem avisar. Ou, ainda, proibir a pessoa de trabalhar ou destruir seus pertences. As histórias são comuns, mas às vezes não são reconhecidas como abuso. Mas é uma das cinco formas de conduta contra a mulher previstas na Lei Maria da Penha. 

LEWGOY, J. Conduta quase invisível destrói a vida de mulheres. Disponível em: https://valorinveste.globo.com. Acesso em: 23 out. 2021 (adaptado). 

O texto apresenta tipos de conduta sujeitos a punição, conforme previsto na Lei Maria da Penha, porque consistem em formas de 

A ação difamatória. 

B desvio comportamental. 

C expressão preconceituosa. 

D violência patrimonial. 

E desentendimento matrimonial.

ENEM 2023-2024, Norbert Elias, Processo Civilizador, Distinção social,

 ENEM 2023-2024

Do século XVI em diante, pelo menos nas classes mais altas, o garfo passou a ser usado como utensílio para comer, chegando através da Itália primeiramente à França e, em seguida, à Inglaterra e à Alemanha, depois de ter servido, durante algum tempo, apenas para retirar alimentos sólidos da travessa. Henrique III introduziu-o na França, trazendo-o provavelmente de Veneza. Seus cortesãos não foram pouco ridicularizados por essa maneira “afetada” de comer e, no princípio, não eram muito hábeis no uso do utensílio: pelo menos se dizia que metade da comida caía do garfo no caminho do prato à boca. Em data tão recente como o século XVII, o garfo era ainda basicamente artigo de luxo, geralmente feito de prata ou ouro. 

ELIAS, N. O processo civilizador: uma história dos costumes. Rio de Janeiro: Zahar, 1994.

O processo social relatado indica a formação de uma etiqueta que tem como princípio a 

A distinção das classes sociais. 

B valorização de hábitos de higiene. 

C exaltação da cultura mediterrânea. 

D consagração de tradições medievais. 

E disseminação de produtos manufaturados.

ENEM 2023-2024, Poder

 ENEM 2023-2024



A charge ilustra um anseio presente na sociedade contemporânea, que se caracteriza pela 

A situação de revolta individual. 

B satisfação de desejos pessoais. 

C participação em ações decisórias. 

D permanência em passividade social. 

E conivência em interesses partidários. 

ENEM 2023-2024, Adorno, Horkheimer, Consumo, Lazer, Capitalismo Tardio

 ENEM 2023-2024

A diversão é o prolongamento do trabalho sob o capitalismo tardio. Ela é procurada por quem quer escapar ao processo de trabalho mecanizado para se pôr de novo em condições de enfrentá-lo. Mas, ao mesmo tempo, a mecanização atingiu um tal poderio sobre a pessoa em seu lazer e sobre a sua felicidade, ela determina tão profundamente a fabricação das mercadorias destinadas à diversão que essa pessoa não pode mais perceber outra coisa senão as cópias que reproduzem o próprio processo de trabalho. 

ADORNO, T.; HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento. Rio de Janeiro: Zahar, 1997. 

No texto, o tempo livre é concebido como 

A consumo de produtos culturais elaborados no mesmo sistema produtivo do capitalismo. 

B forma de realizar as diversas potencialidades da natureza humana. 

C alternativa para equilibrar tensões psicológicas do dia a dia. 

D promoção da satisfação de necessidades artificiais. 

E mecanismo de organização do ócio e do prazer.

Enem 2023-2024, Raça, Etnocentrismo, Eurocentrismo

 ENEM 2023-2024

Superar a história da escravidão como principal marca da trajetória do negro no país tem sido uma tônica daqueles que se dedicam a pesquisar as heranças de origem afro à cultura brasileira. A esse esforço de reconstrução da própria história do país, alia-se agora a criação da plataforma digital Ancestralidades. “A história do negro no Brasil vai continuar sendo contada, e cada passo que a gente dá para trás é um passo que a gente avança”, diz Márcio Black, idealizador da plataforma, sobre o estudo de figuras ainda encobertas pela perspectiva histórica imposta pelos colonizadores da América. 

FIORATI, G. Projeto joga luz sobre negros e revê perspectiva histórica. Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 10 nov. 2021 (adaptado). 

Em relação ao conhecimento sobre a formação cultural brasileira, iniciativas como a descrita no texto favorecem o(a) 

A recuperação do tradicionalismo. 

B estímulo ao antropocentrismo. 

C reforço do etnocentrismo. 

D resgate do teocentrismo. 

E crítica ao eurocentrismo.

ENEM 2023-2024, Modernidade, Cultura, gênero, família

 ENEM 2023-2024

Felizes tempos eram esses! As moças iam à missa de madrugada. De dia ninguém as via e se alguma, em dia de festa, queria passear com a avó ou a tia, havia de ir de cadeirinhas. Bem razão têm os nossos velhos de chorar por esses tempos, em que as filhas não sabiam escrever, e por isso não mandavam nem recebiam bilhetinhos. 

Novo Correio de Modas, 1853, apud DONEGÁ, A. L. Publicar ficção em meados do século XIX: um estudo das revistas femininas editadas pelos irmãos Laemmert. Campinas: Unicamp, 2013 (adaptado).

Na perspectiva do autor, as tradições e os costumes sociofamiliares sofreram alterações, no século XIX, decorrentes de quais fatores? 

A Hábitos de leitura e mobilidade regional. 

B Circulação de impressos e trânsito religioso. 

C Valorização da língua e imigração estrangeira. 

D Práticas de letramento e transformação cultural. 

E Flexibilização do ensino e reformismo pedagógico.

ENEM 2023-2024, Cultura, Sincretismo cultural

 ENEM 2023-2024

O mais antigo grupo de rap indígena do país, Brô MCs, surgiu em 2009, na aldeia Jaguapiru, em Dourados, Mato Grosso do Sul. Os integrantes conheceram o rap pelo rádio, ouvindo um programa que apresentava cantores e grupos brasileiros desse gênero musical. O Brô MCs conseguiu influenciar outros a fazerem rap e a lutarem pelas causas indígenas. Um dos nomes do movimento, Kunumí MC, é um jovem de 16 anos, da aldeia Krukutu, em São Paulo. O adolescente enxerga o rap como uma cultura da defesa e começou a fazer rimas quando percebeu que a poesia, pela qual sempre se interessou, podia virar música. Nas letras que cria, inspiradas tanto pelo rap quanto pelos ritmos indígenas, tenta incluir sempre assuntos aos quais acha importante dar voz, principalmente, a questão da demarcação de terras. Disponível em: www.correiobraziliense.com.br. Acesso em: 13 nov. 2021 (adaptado)

O movimento rap dos povos originários do Brasil revela o(a) 

A fusão de manifestações artísticas urbanas contemporâneas com a cultura indígena. 

B contraposição das temáticas socioambientais indígenas às questões urbanas. 

C rejeição da indústria radiofônica às músicas indígenas. 

D distanciamento da realidade social indígena. 

E estímulo ao estudo da poesia indígena.

ENEM 2023 - 2024, Patrimônio Cultural

ENEM 2023-2024

O Marabaixo é uma expressão artístico-cultural formada nas tradições e na identificação cultural entre as comunidades negras do Amapá. O nome remonta às mortes de escravizados em navios negreiros que eram jogados na água. Em sua homenagem, hinos de lamento eram cantados mar abaixo, mar acima. Posteriormente, o Marabaixo se integrou à vivência das comunidades negras em um ciclo de danças, cantorias com tambores e festas religiosas, recebendo, em 2018, o título de Patrimônio Cultural do Brasil. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br. Acesso em: 15 nov. 2021 (adaptado).

A manifestação do Marabaixo se constituiu em expressão de arte e cultura, exercendo função de 

A ressignificar episódios dramáticos em novas práticas culturais. 

B adaptar coreografias como imitação dos movimentos do mar. 

C lembrar dos mortos no passado escravista como forma de lamento. 

D perpetuar uma narrativa de apagamento dos fatos históricos traumáticos. 

E ritualizar a passagem de atos fúnebres nas produções coletivas com espírito festivo.

ENEM 2023-2024, Gênero,

 TEXTO I 

    Zapeei os canais, como há dezenas de anos faço, e pá: parei num que exibia um episódio daquela velha família do futuro, Os Jetsons. 

    Nesse episódio em particular, a Jane Jetson, esposa do George, tratava de dirigir aquele veículo voador deles. Meu queixo foi caindo à medida que as piadinhas machistas sobre mulheres dirigirem foram se acumulando. Impressionante! Que futuro careta aqueles roteiristas imaginavam! Seriam incapazes de projetar algo melhor, e não apenas em termos de tecnologias, robôs e carros voadores? Será que nossa máxima visão de futuro só atinge as coisas, e jamais as pessoas? Como a Jane, uma mulher de 33 anos no desenho, poderia ser o que foram as minhas bisavós? 

    O futuro, naquele desenho, se esqueceu de ser melhor nas relações entre as pessoas. Aliás... tão parecido com a vida. 

    Fiquei de cara, como dizemos aqui, ou como dizíamos na minha adolescência, pobre adolescência, aprendendo, sem querer e sem muita defesa, um futuro tão besta quanto o passado. 

RIBEIRO, A. E. Disponível em: www.rascunho.com br. Acesso em: 21 out. 2021 (adaptado)


TEXTO II 

Masculino e feminino são campos escorregadios que só se definem por oposição, sempre incompleta, um do outro. São formações imaginárias que buscam produzir uma diferença radical e complementar onde só existem, de fato, mínimas diferenças. O resto é questão de estilo. Até pelo menos a segunda metade do século 19, o divisor de águas era claro: os homens ocupavam o espaço público. As mulheres tratavam da vida privada. Privada de quê? De visibilidade, diria Hannah Arendt. De visibilidade pública. Do que as mulheres estiveram privadas até o século 20 foi de presença pública manifesta não em imagem, mas em palavra. A palavra feminina, reservada ao espaço doméstico, não produzia diferença na vida social. 

KHEL, M. R. Disponível em: https://alias.estadao.com.br. Acesso em: 19 out. 2021 (adaptado).

A representação da mulher apresentada no Texto I pode ser explicada pelo Texto II no que diz respeito à(às) 

A censura a formas de expressão femininas. 

B ausência da figura feminina na vida pública. 

C construções imaginárias cristalizadas na sociedade. 

D limitações inerentes às figuras femininas e masculinas. 

E dificuldade na atribuição de papéis masculinos e femininos.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

FOME E POBREZA

 

Em 1993, o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, lançou a campanha "Brasil Sem Fome". A iniciativa alertava o país para a realidade de que 32 milhões de pessoas que viviam abaixo da linha da pobreza, segundo os dados divulgados, na época, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). "O país só muda de rumo quando uma sociedade se mobiliza", disse, então, sociólogo. Foi por meio do movimento da ONG Ação da Cidadania que se cristalizou a emblemática frase de Betinho: "Quem tem fome, tem pressa". Com a ajuda do texto, usando as suas palavras, elabore um “plano”, “política pública” ou “estratégia” de enfrentamento a fome na sociedade brasileira:


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FOME E DESIGUALDADE

 

Escreva um “título sociológico” para o texto a seguir:


Título:______________________________________________________________________


Demorou para que o Brasil conseguisse sair do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU). O país passou a década de 1990 e o início da década de 2000 criando e implementando estratégias voltadas para a segurança alimentar e nutricional até que, finalmente, em 2014, superou o índice que o colocava entre os piores colocados no ranking global da subalimentação. Em 2022, o Brasil voltou ao Mapa da Fome, segundo a ONU. Isso quer dizer que o percentual de brasileiros que não têm certeza de quando vão fazer a próxima refeição está acima da média mundial. Mais 33 milhões de brasileiros passam fome todo dia.”

CAPITALISMO E SOCIEDADE MODERNA

 

Sobre o capitalismo assinale (V) para verdadeiro e (F) para falso:

( ) As sociedades modernas (industriais) como sociedades complexas e diferenciadas funcionalmente: forte divisão do trabalho social.

( ) O capitalismo é um tipo de comportamento econômico racional baseado na organização empresarial estável visando o lucro sistemático e renovado, reinvestido no próprio negócio, e inserido em relações mercantis pacíficas.

( ) As classes sociais são grupos sociais que ocupam diferentes posições na estrutura econômica, estabelecendo se uma diferença fundamental em relação à propriedade ou não propriedade dos meios de produção.

MUNDO DO TRABALHO

 

A precarização do trabalho é um processo internacional que tem se verificado com intensidades distintas em vários países. Inúmeros indicadores sociais demonstram a centralidade da categoria “precariado”: contratos terceirizados e/ou informais, baixos salários, alta rotatividade e exposição extrema ao risco social do trabalho. Em 2020, a pandemia da covid-19 escancarou a vulnerabilidade e precariedade do mercado de trabalho, tanto pelo aumento da informalidade quanto do desemprego e desalento. Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/ensaio/2021/Faces-da-precariza%C3%A7%C3%A3o-do-mercado-de-trabalho-no-Brasil. Acesso em: 27 nov. 2023.

Analisando o texto, explique como a pandemia da covid-19 impactou a precarização do trabalho em 2020, considerando diferentes aspectos como formalidade, desemprego e desalento.

A) Aumentou a formalidade e reduziu os índices de desalento.

B) Provocou um aumento significativo do desemprego e uma diminuição da informalidade.

C) Escancarou a vulnerabilidade do mercado de trabalho, refletindo-se em maior informalidade, desemprego e desalento.

D) Diminuiu a exposição ao risco social do trabalho, mas intensificou a rotatividade de empregos.

E) Contribuiu para a estabilidade do mercado de trabalho, reduzindo a centralidade da categoria "precariado"

DESIGUALDADE

 

'Uma sociedade desigual é perigosa', diz ex-ministra da Justiça da França sobre racismo. Christiane Taubira dá nome a lei que reconhece tráfico e escravidão como crimes contra humanidade na França. Ela participa de mesa redonda promovida pela Embaixada da França, em Brasília, nesta quarta-feira (22). A luta contra o racismo marca a atuação política da ex-ministra da Justiça da França Christiane Taubira há décadas. Entre suas conquistas, está a lei que reconhece o tráfico e a escravidão como crimes contra a humanidade na França e que ficou conhecida como "Lei Taubira". "Pessoas brancas que não entendem que a desigualdade, a discriminação e a exclusão não são aceitáveis – e que não lutam contra isso – precisam perceber que estão se colocando em risco. Uma sociedade desigual é uma sociedade perigosa", diz Taubira. Disponível em: https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2023/11/21/uma-sociedade-desigual-e-perigosa-diz-ex-ministra-da-justica-da-franca-sobre-racismo.ghtml. Acesso em: 27 nov. 2023.


Qual é a principal conquista de Christiane Taubira, ex-ministra da Justiça da França, mencionada no texto?


A) Sua participação em uma mesa redonda promovida pela Embaixada da França.

B) A atuação política marcada pela luta contra o racismo.

C) A lei que reconhece o tráfico e a escravidão como crimes contra a humanidade.

D) O alerta sobre os riscos que pessoas brancas correm ao não combater a desigualdade.

E) O conhecimento de que uma sociedade desigual é perigosa.